O projeto

    Itálicos é um projeto idealizado pelo historiador e diretor de documentários Otavio Zucon [currículo lattes], que atua há mais de 10 anos em projetos de patrimônio cultural imaterial, realizando especialmente filmes documentais. 

    No escopo de escrita do projeto os focos centrais de pesquisa eram: o modo de fazer vinho artesanal, o ofício do artesão trançador de vime e as dimensões simbólicas e identitárias da polenta no contexto das festas tradicionais italianas do bairro de Santa Felicidade. A essas três referências culturais, somou-se o ofício dos ferreiros, que tomaram parte também nas pesquisas e registros para o documentário.

    Esses objetos foram estudados na perspectiva de seus contextos contemporâneo no bairro, utilizando-se as entrevistas com detentores de saber e de memória, para que fossem identificadas essas manifestações no tempo, bem como suas dinâmicas de transformação. A história oral temática/de vida foi a ferramenta metodológica. 

    No correr dos contatos de pesquisa, as aproximações com pessoas e famílias envolvidas nessas atividades se estreitou. Algumas delas foram observadas com maior atenção, incluindo os processos de trabalho e de produção (vinho, vime, ferraria, festas típicas), durante cerca de um ano. Num primeiro momento foram gravadas entrevistas versando especialmente sobre as memórias pessoais e de família.

    No caso dos produtores de vinho, esperamos pela colheita e processamento das uvas, tarefa realizada durante o verão, bem como o tráfego de garrafões rumo às festas do vinho e da uva. Conseguimos também registrar um dos raros parreirais da região não afetados pelas doenças nem pela urbanização utilizado para a fabricação do vinho “para o gasto”. Outras famílias, cada qual com diferentes escalas de produção, tiveram também parte do processo de feitio do vinho documentado. 

    Com os artesãos trançadores de vime, ainda em atuação, foram feitas entrevistas durante o processo de produção de uma peça – fossem de sua especialidade ou algo solicitado previamente pela equipe. Realizaram-se também filmagens de colheita e processamento da fibra do vime, tarefa que foi praticamente abolida na região de Santa Felicidade. 

    O ofício dos ferreiros entrou no escopo de pesquisa por conta de localizarmos no bairro a presença de uma ferraria, ainda com esta antiga denominação. Encontramos também um antigo ferreiro aposentado, à época da pesquisa com 92 anos, que foi filmado por Vladimir Kosák na década de 1950. No documentário, as antigas incumbências dos profissionais do ferro – confeccionar ferraduras, reparar e fazer carroças e ferramentas para uso na lavoura – nos levam aos tempos em que as mulheres (principais incumbidas dessa tarefa) desciam ao centro da cidade levando a produção agrícola da colônia, roupas lavadas, lenha e outros. Entrevistamos também uma antiga moradora (Dona Hilda Culpi Serenato) que, durante a juventude, foi também carroceira.

    Em certas entrevistas as imagens de arquivo se tornaram elemento metodológico de acesso ao passado. Algumas pessoas foram protagonistas das filmagens realizadas por Vladimir Kosák na década de 1950. Assim, foram instadas assistir a filmes, relembrando vividamente aquele período. Álbuns de fotografias também tiveram essa mesma utilidade. 


ITÁLICOS - EQUIPE TÉCNICA

COORDENAÇÃO DE PESQUISA, DIREÇÃO E ROTEIRO
Otavio Zucon

PRODUÇÃO, PESQUISA, FOTO STILL
Geslline Giovana Braga

PESQUISA E TRADUÇÃO
Vanessa Durando

ASSISTÊNCIA DE PRODUÇÃO
Otavio Zucon

CÂMERA E DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
Lucas Rachinski

SEGUNDA CÂMERA
Geslline Giovana Braga

Diogo Marques
MONTAGEM E ASSISTÊNCIA DE DIREÇÃO
Diogo Marques

SOM DIRETO E EDIÇÃO DE SOM
Victor Chico

DESIGNER
José Carlos Branco

ASSESSORIA DE IMPRENSA
Abíyán

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